O conceito filosófico do relativismo tem como ponto de partida a ausência dos absolutos enquanto o conceito principal do cristianismo é o absolutismo. É evidente que o choque entre a Igreja e o sistema que opera no mundo é inevitável, pois enquanto a primeira defende o absolutismo o mundo encarna a relatividade.
Trocando em miúdos a Bíblia avoca a si a prerrogativa de ser A Palavra de Deus e o mundo diz que a Bíblia é “uma” das palavras de Deus. A mesma Bíblia assevera a existência de um único Deus, um único caminho para a salvação e uma única verdade eterna encarnada na pessoa de Jesus Cristo, mas o conceito filosófico diz que tudo isso é relativo e faz apologia à pluralidade de deuses e a diversos caminhos que conduzem à eles. A Bíblia diz que homem é homem, já o relativismo diz que homem pode ser mulher (vice e versa).
Diante do exposto o grande problema que se configura é a existência de crentes secularizados que se caracterizam por defenderem a fé nos conceitos absolutos da Palavra de Deus, mas nortearem seus comportamentos baseados no relativismo da sociedade (malignamente controlada) pós-moderna. Por isso a Bíblia admoesta contra a união conjugal entre pessoas que professam fé diferente (veja II Coríntios 6.14), mas a mente secularizada diz “mas eu gosto tanto”, e se dá em casamento. Deus ordena a generosidade financeira com sua obra e com os necessitados, o crente acredita nisso, mas quando sua mente está secularizada (entenda relativizada) ele diz “não posso”.
O grande estrago do relativismo na igreja é transformar crentes sinceros em hipócritas devotados ao narcisismo. Quero dizer com isso que pessoas que possuem uma fé sincera e verdadeira no coração, alimentam a mente com conceitos relativos em relação às coisas ditas por Deus para o nosso dia a dia, e agem baseado nos seus desejos, impressões, pressões e pela avaliação do que acham melhor ou, simplesmente, pelo que querem. Eles desprezam os absolutos da Palavra de Deus!
A única maneira de se guardar é agir como aquela velha senhora crente que sempre ouvia do seu geriatra que a Palavra de Deus estava cheia de erros e certo dia tentou provar para ela que jamais um grande peixe poderia ter engolido o profeta Jonas. Argumentou o médico: “não daria para Jonas passar pela garganta do peixe e continuar vivo”. Ele contra argumentou dizendo: “Doutor, a minha Bíblia diz que o peixe engoliu Jonas e ele continuou vivo – e eu acredito; se lá estivesse escrito que Jonas havia engolido o grande peixe eu também acreditaria”.
O relativismo questiona a verdade enquanto a fé não se discute!
Joel Stevanatto
Joel Stevanatto é fundador do IBBC ( Instituto Bíblico O Brasil para Cristo) é escritor e pastor da Igreja O Brasil para Cristo no Mandaqui-SP
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